lunes, 19 de marzo de 2012

Escritos do filósofo existencialista francês Jean Paul Sartre. no período 1960-1972

1. "Crítica da razão dialética" 1960

No livro 'O Ser e o Nada' (1943), a busca do ser resultava em fracasso pela própria estrutura do desejo. Mas Sartre percebe que tal fracasso poderia ser assumido e transcendido numa existência autenticamente humana, que, por meio de um livre engajamento, lutasse por objetivos concretos. Partindo de novos conceitos -o de autenticidade e o de engajamento- Sartre fundamenta sua moral existencialista dando importância a formação dos grupos sociais.
Sartre se desperta para a política após a libertação de Paris -depois de passar por campo de concentração nazista, participar da resistência francesa à ocupação alemã- corrigindo seus erros anteriores, elaborando, no confronto com o marxismo, a síntese monumental de 'Crítica da razão dialética', que assimilou a teoria crítica da sociedade em uma nova filosofia da liberdade em plena História. Sartre participou da vida política não só da França, mas mundial....

2. “As palavras / Les mots” 1964

Este livro de memórias é único escrito autobiográfico do autor. 'As palavras' revoluciona o memorialismo e a autobiografia. É dividido em dois capítulos - 'Ler' e 'Escrever'.
No primeiro, é notável o relacionamento do autor com sua jovem mãe, com a qual acabou estabelecendo uma afetividade muito mais fraternal do que filial.
No segundo, ele nos apresenta ao jovem Sartre, que, assim que decifrou os códigos das palavras, pôs-se a escrever longas histórias de aventuras. Ao mesmo tempo que passa em revista a história de sua infância.

O que interessa a Sartre é desvendar as raízes de sua vocação de escritor e descobrir o sentido moral e social de seu ofício.

Em 1964, rejeitou o Prêmio Nobel de literatura para não “deixar-se recuperar pelo sistema”, segundo ele "nenhum escritor pode ser transformado em instituição".
Decididamente contrário à política estadunidense no Vietnam, colaborou com Bertrand Russell no estabelecimento do Tribunal Internacional de Estocolmo para a perseguição dos crimes de guerra. Depois de participar diretamente da revolta estudantil de maio de 1968, multiplicou seus gestos públicos de esquerda, assumiu a direção do periódico La Cause du People e fundou Tout, de orientação maoísta e libertária.
Em 1975, sua saúde começou a ficar debilitada, ficou cego, depois de ter completado sua última grande obra: ....

3. “O idiota da família” 1972

Relato autobiográfico que foi sua despedida da literatura. Dedicada ao tema da criação literária, fruto de 10 anos que dedicou à investigação da personalidade de Gustave Flaubert.

O final da vida.
Após dezenas de obras literárias, ele conclui que a literatura funcionava como um substituto para o real comprometimento com o mundo. Morre em 15 de abril de 1980 no Hospital Broussais (em Paris). Seu funeral foi acompanhado por mais de 50 000 pessoas. Está enterrado no Cemitério de Montparnasse em Paris. No mesmo túmulo jaz Simone de Beauvoir.

martes, 10 de enero de 2012

Sartre. Romances no período 1943 / 1959

Em lugar do quarto volume de "Os Caminhos da Liberdade", Sartre decidiu que o romance poderia não ser o melhor veículo de suas mensagens e intensifica a produção de peças de teatro. Ele já havia produzido nessa área durante a guerra, e agora escreve vários: Les Mouches (1943), Huis-clos (1944), "Entre Quatro Paredes" (1945), "Mortos sem Sepultura" (1946) e "A Prostituta Respeitosa" (1946), Les Mains sales (1948 - "As mãos sujas"), e continua com Le Diable et le bon dieu (1951 - "O Diabo e o Bom Deus"), Nekrassov (1955), e Les Séquestrés d'Altona (1959) - Seqüestrados de Altona"), esta sobre o problema do colonialismo na Algéria Francesa. Todos essas peças fazem uma abordagem pessimista do relacionamento humano, enfatizando a hostilidade natural do homem para com seu semelhante, porém deixam antever uma possibilidade sempre presente de remissão e salvação

viernes, 23 de diciembre de 2011

" Trilogia Caminhos da Liberdade" Jean Paul Sartre

Escritos do filósofo existencialista francês Jean Paul Sartre. no período 1945-1959
2. Trilogia Caminhos da Liberdade,
Primeiro. A Idade da Razão,.
As questões individuais predominam.
Segundo volume. Sursis, os acontecimentos políticos revelam que os projetos de vida individuais são, na verdade, determinados pelo curso da história, tornando-se ilusória a busca da liberdade num plano puramente pessoal: a liberdade é sempre vivida "em situação" e realizada no engajamento de projetos voltados para interesses humanos comunitários. Apenas um compromisso com a história pode dar sentido à existência individual.
Terceiro. Com a Morte na Alma, último romance da trilogia, Sartre nos descreve indiretamente a tese do engajamento gratuito.
Trata-se de uma história que descreve a invasão das tropas alemãs na França, durante a II Guerra Mundial, em junho de 1940. Através das descrições e subjetividade de suas personagens, é possível localizar em diversos trechos do livro alguns dos principais conceitos do filósofo, que foi combatente durante esse mesmo período e esteve aprisionado em um campo de concentração.
O livro descreve principalmente a subjetividade de soldados franceses quando estes já estavam prestes a se tornarem prisioneiros de guerra, alguns, conformados com as batalhas perdidas, outros, entregando-se à morte num ato quase heróico, se para o escritor, o heroísmo não passasse de mera construção do indivíduo que é obrigado a ver-se livre para fazer escolhas.
Mathieu, um jovem professor de filosofia, entre combatentes franceses pouco instruídos, que entregam-se à incapacidade de decidirem o que fazer quando são abandonados pelo próprio general; Daniel, um pederasta que tem como objeto de desejo um jovem poeta que decide entregar-se ao suicídio; e Brunet, um comunista que mesmo preso num campo de concentração e entregue à fome e ao abandono não desiste de seus ideais, são, dentre as muitas personagens, os tipos psicológicos típicos de uma doutrina existencialista ateísta.
O homem existe porque se lança para o futuro, projeta-se no futuro manifesta no livro “O Existencialismo é um Humanismo”. E no livro “Com a Morte na Alma”, estas três personagens, em especial, não conseguem se projetar num futuro, visto que a França já estava tomada pelos alemães, e eles não sabiam exatamente o que poderia acontecer. A narrativa frustrante dessas personagens nos mostra uma situação onde o engajamento, a inter-subjetividade, a angústia, as escolhas e o desespero, aparecem de maneira gritante.
Mathieu, o jovem professor de filosofia, percebe-se diferente e ao mesmo tempo igual aos outros combatentes. Ele não consegue se ver projetado num futuro, pois ainda não havia decidido o que fazer, portanto, nesse momento continuava procurando um sentido para dar à sua existência. Os homens podem agir de maneiras diferentes quando expostos a uma mesma e difícil situação, mas existe o medo e todos são tomados por uma certa angústia ao serem “libertados” de seus postos, quando o general abandona-os. Eles não sabem ao certo o que fazer, quando não há mais ninguém para lhes dar ordens. Ao perceberem claramente que a partir desse determinado momento, eles são livres para escolherem o seu destino, podem ficar, e lutar contra os soldados alemães, ou fugirem, ou matarem-se, e entram em um certo desespero, pois não há como renegar uma escolha, mas essas escolhas dependem desse determinado campo de possibilidades possíveis. Se ficarem em seus postos e lutarem contra os alemães, podem ser aprisionados, ou morrerem. Ou podem tornar-se empregados do exército alemão, dentre algumas possibilidades. Como não sabem ao certo o que lhes pode acontecer, alguns desejam a morte, e podem decidir ficar e serem abatidos pelos soldados alemães. Podemos perceber que o homem está condenado a ser livre, quando é obrigado a fazer escolhas.
Phillipe, o objeto de desejo de Daniel, é um jovem que havia se alistado, e sua tropa havia sido abatida. Estudara letras, era poeta. Não suportava a idéia de ser insultado, tanto pelo próprio padrasto, como a certeza de que, se vivo, haveria a distância de sua mãe. Sartre o descreve nos pensamentos de Daniel, como um ser narcisista, a ponto de querer suicidar-se. E Daniel, o encontra exatamente nesta situação, quando o jovem aproxima-se do parapeito de uma ponte, disposto a entregar-se à morte. Mesmo optando, nesse caso, em não mais fazer escolhas, havia uma escolha feita.
O desejo de se entregar reflete uma escolha. E Daniel aparece e o desafia a perceber que há muitas escolhas dentro desse campo de possibilidades, apesar de ele ter a consciência de que o jovem não poderá contar absolutamente com elas. O jovem não demonstra preocupação quanto ao fato de que a sua escolha reflete a escolha de toda a humanidade. Se todos optassem naquele momento pelo suicídio, seria realmente bom? Phillipe é uma bela descrição e um belo exemplo do conceito de má-fé do filósofo, pois engana-se à si mesmo.
É angustiante ao homem a percepção de que sua escolha pode ser realmente importante. É angustiante perceber que é obrigado a optar. É angustiante perceber que sempre vai optar por algo que achar que é mais importante, e que ao optar, acabará valorando sua escolha, como a melhor para todos. Mais angustiante ainda perceber que não existe a melhor opção, pois não foi o homem quem criou o homem e o homem é obrigado a inventar-se quando faz escolhas. Então a história da humanidade depende também das escolhas individuais.
O engajamento diz respeito a um certo compromisso com a humanidade, a essa consciência da própria responsabilidade dentro do campo da liberdade de fazer escolhas. O livro “Com a Morte na Alma” fala principalmente sobre isso.
Se o homem só existe através de seus atos, podemos ter os fenômenos como modos de representação do ser. O homem atinge o seu ser através dos fenômenos. É uma espécie de adequação da consciência entre os sujeitos e os objetos externos. E através dessa adequação, o homem descobre não somente a si, como também aos outros. Todo o projeto, por mais individual que seja, tem um valor universal, pois pode ser compreendido por outros homens.
E é nesse contexto em que se encontram os soldados franceses, em que se encontra Mathieu. Ele já não tem mais ideais, já não tem mais aspirações. Já não se importa com o futuro da França, nem com o futuro dos alemães. Não se importa se a guerra terminou ou não. Não se importa em ser covarde, nem em ser herói. Mas suas escolhas na trajetória do livro refletem juízos de valor bem fundamentados. Após ignorar atitudes as quais julgava insensatas e grosseiras, após optar diversas vezes em não se deixar abater pela futilidade de seus companheiros, decide ficar e enfrentar o exército inimigo, não em um ato de heroísmo, mas numa escolha a qual julgou ser a melhor naquele determinado momento. Apesar de nunca ter atirado em um homem, sente imenso prazer ao abater um dos “fritz”. Em outro momento da sua trajetória vital, talvez não, mas durante apenas 15 minutos, aqueles nos quais ele julgou restarem antes da sua morte, fora a melhor escolha que poderia fazer.
Principalmente quando descreve Brunet. É um personagem marxista. Ele acredita na sua ideologia. É aprisionado, juntamente a outros franceses, em um campo de concentração. Não compreende porque os franceses, que são maioria, não se rebelam contra os alemães que os guiam ao campo. Nesse momento, ele percebe que as suas escolhas também dependem das escolhas dos outros.
Ao chegarem ao campo de concentração, são abandonados à própria sorte, sem comida. Não sabem como lidar com aquela situação, alguns enlouquecem, outros brigam, distraem-se assim. Brunet procura fazer dessa experiência uma boa oportunidade para “aliciar” camaradas para o partido comunista. Explica aos companheiros os fundamentos básicos do socialismo, e a importância da liberdade, enquanto escolha de um para todos, e de todos para um.
O marxismo já pressupõe atos, e capacidade de ação. E a ação voltada para a coletividade. Dessa forma, descrevendo Brunet, ele nos apresenta o existencialismo como uma doutrina otimista, que pressupõe a capacidade de decidir por si mesmo, e por outros.
No final do livro, aparece uma nova personagem. Um padre, dentre os prisioneiros do campo de concentração, que tenta promover ensinamentos bíblicos.
http://www.consciencia.org/da-trilogia-os-caminhos-da-liberdade-de-jean-paul-sartre

“O Existencialismo é um Humanismo”. Jean Paul Sartre

Escritos do filósofo existencialista francês Jean Paul Sartre. no período 1945-1959
1. “O Existencialismo é um Humanismo”, Sartre descreve a doutrina existencialista como não sendo apenas subjetividade pura para o indivíduo, mas também inter-subjetividade. A inter-subjetividade sugere que toda e qualquer escolha do indivíduo também diz respeito à escolha da humanidade em geral. O homem escolhe o próprio homem, quando faz escolhas para si mesmo, pois assim escolhe a imagem que faz do próprio homem. Quando é obrigado a ver-se livre para fazer escolhas, e percebe que nunca são exatamente certas, pois não há uma cartilha que descreva como deve ser um homem, uma vez que o homem se inventa a cada instante com suas escolhas através de seus atos, mas que ao escolher necessariamente estabelece um valor a elas, torna-se responsável não apenas por si mesmo, mas por todos os outros, pois a valoração é de ordem ética, e a ética diz respeito à sociedade. Nesse sentido, é necessário um certo “engajamento” gratuito, ou seja, a percepção de que a sua própria escolha é tão importante, que se todos escolhessem a mesma coisa, seria bom para todos? Podemos perceber neste ponto que essa filosofia assemelha-se à ética kantiana, que é citada neste livro. Mesmo quando os homens optam por não fazer escolhas, já estão fazendo. E o não engajamento, ou seja, quando as escolhas são feitas sem a preocupação com outros homens, há o ocultamento de outros, nisso constitui um enganar-se a si mesmo, e necessariamente, ao agir de “má-fé”.
No entanto, mesmo quando existe o engajamento, a responsabilidade de optar por si mesmo e por todos é demasiada angustiante para os homens.

http://www.consciencia.org/da-trilogia-os-caminhos-da-liberdade-de-jean-paul-sartre

viernes, 16 de diciembre de 2011

A Filosofia do existêncialismo. Seu criador, o filósofo existencialista francês Jean Paul Sartre.

É fácil cair no niilismo ao falar sobre essa filosofia. Nossas ações refletem a escolha da humanidade, já que escolhendo, valoramos a imagem do homem, e as ações dos outros homens refletem as nossas, e disso nasce a angústia, da incapacidade de saber se as escolhas feitas são realmente as melhores. Nunca saberemos. O existencialista não tomará nunca o homem como fim, pois o homem está sempre por se construir.

O existencialismo de Sartre é ateísta, percebemos isso através do que ele nos diz sobre as escolhas. Se Deus escolhesse pelos homens, então não haveria angústia. O existencialismo é a doutrina da ação, pois o homem decide e faz escolhas o tempo todo. O homem existe, enquanto procura invariavelmente transcender a própria subjetividade, mas não é capaz de fazê-lo. O fim último das escolhas humanas, assim sendo, é a liberdade. Não há como fugir da liberdade. O homem está condenado a ser livre. Livre para fazer escolhas, e inventar-se através delas.
“O homem não é mais do que o que ele faz”. Esse é o primeiro princípio do existencialismo.
http://www.consciencia.org/da-trilogia-os-caminhos-da-liberdade-de-jean-paul-sartre

Comentarei alguns livros deste filósofo fundamental na história do século XX

jueves, 15 de diciembre de 2011

Escritos do filósofo existencialista francês Jean Paul Sartre. Período 1938-1943

1. A Náusea (1938)
O livro é uma narrativa do sentido ou da mais completa falta de sentido das relações e das pessoas. Escrito como se fosse um diário. A personagem principal é Antoine Roquetin, jovem de trinta anos, historiador. Encontra-se em Bouville, França -cidade imaginária para escrever a biografia do Marquês de Rollebon. Da corte de Luís XVI- É uma pessoa solitária, observadora e introspectiva. Passa seus dias na biblioteca da cidade, coletando material para o livro. O seu universo possui apenas quatro pessoas.
O corso, bibliotecário. Françoise, a gerente . O Autodidata, um homem que freqüenta a mesma biblioteca. E Anny, uma ex-namorada, que só aparecerá no fim da história
A vida de Roquetin se confunde com a de Rollebon. Os capítulos iniciais se intercalam entre uma e outra. Durante algum tempo, é a vida de Rollebon que dá sentido à vida do historiador; que chega a encontrá-lo em sonhos. Nesse ambiente é que se manifesta, pela primeira vez, a Náusea, e Roquetin dá-se conta de que ele é a própria Náusea. A falta de sentido da vida toma uma importância maior que a própria vida. É um homem que não guarda lembranças, somente de Anny. Mantém regulares e sofríveis conversas com o Autodidata. Recebe uma carta de Anny e vai até Paris reencontrá-la depois de seis anos. Mas Anny não é mais a mesma. O encontro dura apenas algumas horas... A idéia de falta de sentido transmitida por Sartre é um pouco incômoda. Para ele, a verdadeira liberdade está no desprendimento; incluída aí, a própria vontade de viver.
http://pt.shvoong.com/books/novel-novella/1777972-n%C3%A1usea/

2. O Muro (1939)

Pablo Ibietta, republicano espanhol, personagem central de O Muro, vive uma das “situações-limite” descritas por Sartre: momentos de intensificação de conflitos sociais e individuais, quando o homem é obrigado a fazer uma escolha e afirmar sua liberdade radical. Pablo Ibietta, preso e torturado pelos fascistas de Franco, vê postas à prova as virtudes da coragem, fidelidade e sangue-frio. O próprio Sartre viveu uma dessas “'situações-limite”, quando preso num campo de concentração nazista, em 1940, do qual conseguiu fugir, fazendo sua escolha: participar da resistência ao invasor alemão.
http://www.culturabrasil.org/sartre.htm

3. O ser e a nada (1943)

Ser e Existir, o espaço indelével e subtil que separa o ser do não ser, a possibilidade da não existência constituir-se como fenómeno essencialmente distinto da morte? Estas são algumas das inúmeras questões que Sartre aborda de forma superior em "O Ser e o Nada", num exercício de inteligência que por vezes roça o absurdo das negações do evidente aparente. Segundo Sartre, a relação sujeito - objecto, passa inevitavelmente pela concepção do eu e da consciência de si, de forma que o conhecimento possa assumir perspectivas efectivas de cognição. O objecto é perceptível se a consciência do ser situar e referenciar-se fora do objecto e, por sua vez, este exista independentemente do ser. "Antes de qualquer comparação, antes de qualquer construção, a coisa é o que está presente à consciência como não sendo a consciência". Os objectos ao existirem implicam uma ordem de coisas independentes do ser e do próprio conhecimento. Da mesma forma, é o próprio ser sartriano que existe antes da consciência de si e ao negar-se, assume uma característica negativa que somente o realiza enquanto estrutura não substancial. Ser é antes de se pensar porque (pre)existe à consciência de si. Embora para Sartre a consciência configura o absoluto original, insubstancial e exterior a toda a realidade, ela existe quando ser e consciência de si se encontram no pensamento e comprovam uma capacidade de integrar e percepcionar a existência do ser. A problemática sartriana do ser parte do ser e do não ser para o conhecimento do outro, onde a mesma problemática fenomenológica se coloca. E entre o ser e o não ser há o nada, a não existência que configura a morte, enquanto negação do ser existente e consciente de si. O que remete para outra ordem de questões, concretamente o valor da consciência enquanto referencial normativo de percepção da realidade e convergência com um mundo definido segundo categorias, previamente elaboradas, e que se acabarão por assumir, de prova em prova, como convenções e preconceitos. Ou seja, a loucura e a morte, seriam, a ser assim, iguais no que respeita à questão ontológica do ser e do nada.
Fonte: http://pt.shvoong.com/humanities/1684304-ser-nada/#ixzz1gdqv2Xcb

Livros lidos em espanhol.

lunes, 5 de diciembre de 2011

Jean Paul Sartre (1905-1980) 1949 - 1980. Postura política mais atuante. Segunda parte da sua carreira filosófica tenta conciliar as idéias prévias ás atuais.

Na década de 1950 assume uma postura política mais atuante, e abraça o comunismo. Torna-se ativista, e posiciona-se publicamente em defesa da libertação da Argélia do colonialismo francês. A aproximação do marxismo inaugura a segunda parte da sua carreira filosófica em que tenta conciliar as idéias existencialistas de autodeterminação aos princípios marxistas.
Por exemplo, a idéia de que as forças sócio-econômicas, que estão acima do nosso controle individual, têm o poder de modelar as nossas vidas. Escreve então sua segunda obra filosófica de grande porte, A crítica da razão dialética (1960), em que defende os valores humanos presentes no marxismo, e apresenta uma versão alterada do existencialismo que ele julgava resolver as contradições entre as duas escolas.
Considerado por muitos o símbolo do intelectual engajado, Sartre adaptava sempre sua ação às suas idéias, e o fazia sempre como ato político. Em 1963 Sartre escreve As palavras, lançado em 1964, relato autobiográfico que seria sua despedida da literatura. Após dezenas de obras literárias, ele conclui que a literatura funcionava como um substituto para o real comprometimento com o mundo.
Em 1964 recebe o Nobel de Literatura, que ele recusa pois segundo ele "nenhum escritor pode ser transformado em instituição".
Morre em 15 de abril de 1980 no Hospital Broussais (em Paris). Seu funeral foi acompanhado por mais de 50 000 pessoas. Está enterrado no Cemintério de Montparnasse em Paris. No mesmo túmulo jaz Simone de Beauvoir.