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viernes, 24 de diciembre de 2010

A Medalha. Lygia Fagundes Telles


Neste conto, sonda a alma humana. Analisa-se o cotidiano, um embate entre mãe e filha, revelam o drama ali presente, que lido em profundidade, revela narrações, paralelas, sob o véu da aparência.
Adriana é uma jovem na época da revolução sexual, anos 60/70, chega da farra de manhã. A mãe, burguesa, chama-a de “cadela”.
Tem cabelos oxigenados de louro. Diz que é branca, mas tem “sangue podre” e assusta a mãe dizendo que os netos vão nascer morenos, manifesta o racismo da mãe, as banalidades.
A mãe diz que a filha puxou ao pai e a descreve.
Adriana não se importa, vai se casar com quem for conveniente e vai levar a vida como quiser.
A mãe tenta mais uma vez ser tradicional e dá à filha uma medalha que estava na família há três gerações.
Adriana pega, amarra a medalha no pescoço de um gato e o empurra porta adentro do quarto da mãe.

Natal na barca (1958)

Fantasia e realidade se encontraram no conto, tem como tema a força da fé, a existência de milagres, a vida e a morte.
A história a narra uma mulher e começa em primeira pessoa. Os fatos narrados aconteceram no Natal, durante uma viagem de barca. O cenário é lúgubre como o espírito da narradora-personagem: “em redor tudo era silêncio e treva” a embarcação era “desconfortável, tosca”, “despojada” e “sem artifícios”; a grade da barca era de “madeira carcomida”; o chão era feito de “tábuas gastas”
A barca tem quatro passageiros: a narradora, um velho bêbado e uma mulher com o filho doente, uma criança de quase um ano de idade.
Nota-se uma certa melancolia, talvez uma falta de esperança.
Chamou-me a atenção as oposições, os contrastes que estão presentes ao longo do texto: A água do rio, “tão gelada”, mas “de manhã é quente”; as roupas da mulher, “pobres roupas puídas”, entretanto, “tinham muito caráter, eram dignas".
A narradora começou a falar com a mulher e surgiu a história. O motivo que leva a mulher a estar na barca é a urgência de levar o filho doente ao médico, o aconselhou o farmacêutico para que ela procurasse o especialista “hoje”. O filho doente está no colo da mãe quem contou as desgraças de sua vida. A fala continua até chegar ao destino, onde se apresenta a força da fé.

Apresentaram -se as tragédias pelas quais a mulher passou: a morte do primeiro filho, o abandono pelo marido. Mas, também se conhece a fé que a mulher tem.
A mulher passa a sonhar com Deus, ela sente a mão de Deus a conduzindo. Deus deu à mulher o conforto que ela precisava. O componente emocional, da história é muito forte.

A estrutura da bolha do sabão

Esse conto dá nome ao livro.
A história: A personagem feminina não tem nome e reencontra uma antiga paixão: um físico, agora casado. No tempo anterior, ele estudava a estrutura da bolha de sabão.
No momento do encontro, ele estava acompanhado de sua mulher, a protagonista automaticamente lembra do tempo compartilhado dos dois, em que brincavam com as bolhas de sabão “A estrutura da bolha de sabão, compreende? Não compreendia.” Ela se sentia atraída por ele.
No conto, muito tempo depois, a atração ficou evidente e a esposa do físico sentiu ciúmes.
Ocorre um segundo encontro em uma exposição de pintura. A paixão aflora na personagem. Novamente os ciúmes afloram na esposa do físico. É nesta festa que a personagem descobre, através de um amigo em comum, que seu amado está doente.
Foi até a casa do casal aí é tratada com muita cordialidade e sem nenhuma sombra de ciúmes pela esposa outra mulher quem saiu deixando-os a sós.

Os personagens mostram a frágil existência. Tem a representação do amor, do ódio, da sensibilidade, da crueldade, da sutileza, dos desejos. Tudo se estoura finalmente como a bolha do sabão. Valoriza os cinco sentidos, usa adjetivos nas descrições dando cor às imagens. O tempo todo são lembranças, devaneios.
A memória e a invenção se confundem se misturam. O conto está em primeira pessoa, autobiografia? mergulhou nos detalhes, incógnitas, enigmas...

Lygia de Azevedo Fagundes

Nasceu o 19 de abril de 1923 em SP a escritora passou seus primeiros anos da infância mudando-se constantemente. Gostava das histórias que ouvia e em pouco tempo, começou a criar seus próprios contos contados no nas rodas domésticas. Seu pai gostava de freqüentar casas de jogos, levando Lygia consigo "para dar sorte" ela gostava de jogar no verde. O verde não abandonou jamais.
Porão e sobrado é o primeiro livro de contos publicado por ela, em 1938, com a edição paga por seu pai. Assina apenas como Lygia Fagundes.
Inicia o curso de Direito em 1941, que terminou em 1946,freqüentando as rodas literárias que se reuniam em restaurantes, cafés e livrarias próximas à faculdade. Ali conhece Mário e Oswald de Andrade, Paulo Emílio Sales Gomes, entre outros, e integra a Academia de Letras da Faculdade e colabora com os jornais Arcádia e A Balança. Para se sustentar, trabalha como assistente do Departamento Agrícola do Estado de São Paulo.
Já formada começa com a publicação de seus livros.
Casa-se com o jurista Goffredo da Silva Telles Jr., seu professor na Faculdade de Direito que, na ocasião, 1950, era deputado federal. Muda-se, em virtude desse fato, para o Rio de Janeiro, onde funcionava a Câmara Federal.
Com seu retorno à capital paulista, em 1952, começou a escrever seu primeiro romance, Ciranda de pedra. Na fazenda Santo Antônio, em Araras - SP, de propriedade da avó de seu marido, foi onde na década de 20 se reuniam os escritores e artistas que participaram do movimento modernista, tais como Mário e Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral, Anita Mafaldi e Heitor Villa-Lobos. Ela estava aí com frequança. Separada de seu marido, passa a viver com Paulo Emílio Salles Gomes e começa a escrever o romance As meninas, inspirado no momento político por que passa o país.
Fez a adaptação para o cinema do romance D. Casmurro, de Machado de Assis. Esse trabalho foi publicado, sob o título de Capitu.
Presidiu a Cinemateca Brasileira, que Paulo Emílio ajudara a fundar depois ele morrer.
Adaptaram-se para TV seus romances e baseada em seu romance se estréia o filme “As meninas”.
Em 1982 foi eleita para a cadeira 28 da Academia Paulista de Letras e, em 1985, foi eleita, para ocupar a cadeira 16 da Academia Brasileira de Letras, fundada por Gregório de Mattos, na vaga deixada por Pedro Calmon.
Participou do Salão do Livro da França por convite do governo francês.
Agraciada, em março de 2001, com o título de Doutora Honoris Causa pela Universidade de Brasília (UnB).
Em 2005, recebe o Prêmio Camões, o mais importante da literatura em língua portuguesa.
Sua obra foi traduzida para o espanhol, o francês, o inglês, o italiano, o polonês, o sueco, o tcheco, edições em Portugal-
Teve obras de autoria individual e participações.
OBRAS DA AUTORA
Contos:
Porão e sobrado, 1938 // Praia viva, 1944 // O cacto vermelho, 1949 // Histórias do desencontro, 1958 // Histórias escolhidas, 1964 // O jardim selvagem, 1965 // Antes do baile verde, 1970 // Seminário dos ratos, 1977 // Filhos pródigos, 1978 (reeditado como A estrutura da bolha de sabão, 1991) // A disciplina do amor, 1980 // Mistérios, 1981 // A noite escura e mais eu, 1995 // Venha ver o por do sol // Oito contos de amor // Invenção e Memória, 2000 (Prêmio Jabuti) // Durante aquele estranho chá: perdidos e achados, 2002 // Meus contos preferidos, 2004 // Histórias de mistério, 2004 // Meus contos esquecidos, 2005
Romances:
Ciranda de pedra, 1954 // Verão no aquário, 1963 // As meninas, 1973 // As horas nuas, 1989

Além de Antologias, Crônicas publicadas na imprensa, Adaptações para o cinema, para o teatro, para a televisão

PRÊMIOS:

Prêmio do Instituto Nacional do Livro (1958)
Prêmio Guimarães Rosa (1972)
Prêmio Coelho Neto, da Academia Brasileira de Letras (1973)
Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro (1980)
Prêmio Pedro Nava, de Melhor Livro do Ano (1989)
Melhor livro de contos, Biblioteca Nacional
Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro
Prêmio APLUB de Literatura
Prêmio Jabuti (Ficção) (2001)
Prêmio Camões (2005)