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sábado, 12 de marzo de 2011

Eu sei que vou te amar

Aponta-se como data de criação 1954.

Eu sei que vou te amar. Caetano Veloso

Garota de Ipanema

"Garota de Ipanema" é um das mais conhecidas canções de Bossa Nova e MPB, foi composta em 1962 por Vinícius de Moraes e Antônio Carlos Jobim. Em 19 de março de 1963 sai a gravação.

Tom Jobim, com Vinícius de Moraes

Pátria Minha

Vinicius de Moraes (1949)

A minha pátria é como se não fosse, é íntima
Doçura e vontade de chorar; uma criança dormindo
É minha pátria. Por isso, no exílio
Assistindo dormir meu filho
Choro de saudades de minha pátria.

Se me perguntarem o que é a minha pátria direi:
Não sei. De fato, não sei
Como, por que e quando a minha pátria
Mas sei que a minha pátria é a luz, o sal e a água
Que elaboram e liquefazem a minha mágoa
Em longas lágrimas amargas.

Vontade de beijar os olhos de minha pátria
De niná-la, de passar-lhe a mão pelos cabelos...
Vontade de mudar as cores do vestido (auriverde!) tão feias
De minha pátria, de minha pátria sem sapatos
E sem meias pátria minha
Tão pobrinha!

Porque te amo tanto, pátria minha, eu que não tenho
Pátria, eu semente que nasci do vento
Eu que não vou e não venho, eu que permaneço
Em contato com a dor do tempo, eu elemento
De ligação entre a ação o pensamento
Eu fio invisível no espaço de todo adeus
Eu, o sem Deus!

Tenho-te no entanto em mim como um gemido
De flor; tenho-te como um amor morrido
A quem se jurou; tenho-te como uma fé
Sem dogma; tenho-te em tudo em que não me sinto a jeito
Nesta sala estrangeira com lareira
E sem pé-direito.

Ah, pátria minha, lembra-me uma noite no Maine, Nova Inglaterra
Quando tudo passou a ser infinito e nada terra
E eu vi alfa e beta de Centauro escalarem o monte até o céu
Muitos me surpreenderam parado no campo sem luz
À espera de ver surgir a Cruz do Sul
Que eu sabia, mas amanheceu...

Fonte de mel, bicho triste, pátria minha
Amada, idolatrada, salve, salve!
Que mais doce esperança acorrentada
O não poder dizer-te: aguarda...
Não tardo!

Quero rever-te, pátria minha, e para 
Rever-te me esqueci de tudo
Fui cego, estropiado, surdo, mudo
Vi minha humilde morte cara a cara
Rasguei poemas, mulheres, horizontes
Fiquei simples, sem fontes.

Pátria minha... A minha pátria não é florão, nem ostenta
Lábaro não; a minha pátria é desolação
De caminhos, a minha pátria é terra sedenta
E praia branca; a minha pátria é o grande rio secular
Que bebe nuvem, come terra 
E urina mar.

Mais do que a mais garrida a minha pátria tem
Uma quentura, um querer bem, um bem
Um libertas quae sera tamem
Que um dia traduzi num exame escrito:
"Liberta que serás também"
E repito!

Ponho no vento o ouvido e escuto a brisa
Que brinca em teus cabelos e te alisa
Pátria minha, e perfuma o teu chão...
Que vontade de adormecer-me
Entre teus doces montes, pátria minha
Atento à fome em tuas entranhas
E ao batuque em teu coração.

Não te direi o nome, pátria minha
Teu nome é pátria amada, é patriazinha
Não rima com mãe gentil
Vives em mim como uma filha, que és
Uma ilha de ternura: a Ilha 
Brasil, talvez.

Agora chamarei a amiga cotovia
E pedirei que peça ao rouxinol do dia
Que peça ao sabiá
Para levar-te presto este avigrama:
"Pátria minha, saudades de quem te ama...
Vinicius de Moraes."

Texto extraído do livro "Vinicius de Moraes - Poesia Completa e Prosa", 

miércoles, 29 de diciembre de 2010

NÃO HÁ VAGAS. Ferreira Gullar - Rubens Gerchman


NÃO HÁ VAGAS.
Poema, Ferreira Gullar
O preço do feijão
não cabe no poema. O preço
do arroz
não cabe no poema.
Não cabem no poema o gás
a luz o telefone
a sonegação
do leite
da carne
do açúcar
do pão

O funcionário público
não cabe no poema
com seu salário de fome
sua vida fechada
em arquivos.
Como não cabe no poema
o operário
que esmerila seu dia de aço
e carvão
nas oficinas escuras

- porque o poema, senhores,
está fechado:
"não há vagas"

Só cabe no poema
o homem sem estômago
a mulher de nuvens
a fruta sem preço

O poema, senhores,
não fede
nem cheira

Ferreira Gullar, pseudônimo de José Ribamar Ferreira (São Luís, 10 de setembro de 1930) é um poeta, crítico de arte, biógrafo, tradutor, memorialista e ensaísta brasileiro e um dos fundadores do neoconcretismo, movimento artístico surgido no Rio de Janeiro, em fins dos 50, como reação ao concretismo ortodoxo.
Os neoconcretistas procuravam novos caminhos dizendo que a arte não é um mero objeto, tem sensibilidade, expressividade, subjetividade...
Sobre o pseudônimo, o poeta declarou o seguinte: “O Ferreira é do meu pai e o Gullar que é de minha mãe. Só que eu mudei a grafia porque o Gullar de minha mãe é o Goulart francês. É um nome inventado, como a vida é inventada eu inventei o meu nome.”
Fez parte de um movimento literário difundido através da revista que lançou o pós-modernismo no Maranhão, A Ilha, da qual foi um dos fundadores.
Morando no Rio de Janeiro, participou do movimento da poesia concreta, sendo então um poeta extremamente inovador.
Em 1956 participou da exposição concretista que é considerada o marco oficial do início da poesia concreta, criando, junto com Lígia Clark e Hélio Oiticica, o neoconcretismo. Posteriormente, ainda no início dos anos de 1960, se afastará deste grupo também, por concluir que o movimento levaria ao abandono do vínculo entre a palavra e a poesia, passando a produzir uma poesia engajada e envolvendo-se com os Centros Populares de Cultura (CPCs)
Prêmios
Ganhou o concurso de poesia promovido pelo Jornal de Letras com seu poema "O Galo" em 1950. Os prêmios Molière, o Saci e outros prêmios do teatro em 1966 com "Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come", que é considerada uma obra prima do teatro moderno brasileiro.
Em 2002, foi indicado por nove professores para o Prêmio Nobel de Literatura. Em 2007, seu livro Resmungos ganhou o Prêmio Jabuti de melhor livro de ficção do ano.
Foi considerado um dos 100 brasileiros mais influentes do ano de 2009.
Foi agraciado com o Prémio Camões 2010.
Em 15 de outubro de 2010, foi contemplado com o título de Doutor Honoris Causa, na Faculdade de Letras da UFRJ.

jueves, 23 de septiembre de 2010

Juazeiro, Juá (Zizyphus joazeiro)

Descrição Juazeiro é uma árvore nativa do nordeste brasileiro, encontrada principalmente em áreas secas como caatinga e cerrado. É uma árvore de porte médio, geralmente atingindo entre 5 e 10 metros de altura, com copa grande e densa, carregada de folhas. Suas folhas verdes têm consistência membranosa, largas e verdes. Produz um fruto pequeno, amarelado e redondo de cerca de 3 centímetros, comestível e também apreciado por pássaros. É uma árvore muito resistente a períodos de seca.
Indicações
No Brasil, usa-se as cascas do tronco do Juazeiro para baixar a febre. Também é muito utilizado para casos de caspa, queda de cabelo e seborréia. A casca do fruto contém saponina, podendo ser utilizada como sabonete para resolver problemas da pele, para limpeza bucal, cremes e loções.
Outros nomes no Brasil: Juá, laranjeira-do-vaqueiro, raspa-de-juá, joazeiro
http://www.fitoterapicos.info/juazeiro.php

Juazeiro
Luiz Gonzaga
Juazeiro, Juazeiro,
Me arresponda por favor
Juazeiro velho amigo
Onde anda meu amor?
Ai, Juazeiro
Ela nunca mais voltou
Diz, Juazeiro
Onde anda meu amor?
Juazeiro não te alembra
Quando nosso amor nasceu
Toda tarde a tua sombra
Conversava ela e eu
Ai, Juazeiro
Como dói a minha dô
Diz, Juazeiro
Onde anda o meu amô?
Juazeiro seja franco
Ela tem um novo amor?
Se não tem porque tu choras
Solidário a minha dor?
Ai, Juazeiro
Não me deixe assim doer
Ai, Juazeiro
Tô cansado de sofrer
Juazeiro meu destino
Tá ligado junto ao teu
No teu tronco tem dois nomes
Ela mesma é que escreveu
Ai, Juazeiro
Eu não guento mais doer
Ai, Juazeiro