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viernes, 10 de septiembre de 2010

Baleia

Baleia, a cachorra da família estava doente, ia morrer. Fabiano resolve aliviar o seu sofrimento e acabar com sua vida.
No último tramo do conto Baleia desde suas sensações, desde a sua humanização, o fez possível... ela é a que se expressa, a que sente, a que olha...
Acho que neste conto, o romance "regionalista" está diluído, é uma paisagem íntima. Uma paisagem do sofrimento das personagens, da Baleia, do Fabiano, da Sinhá Vitória, dos meninos... As personagens estão em conflito violento...
Os fatores externos, da doença da cachorra, levam Fabiano a matar Baleia, mais se apresenta o fato social, o fato econômico...

jueves, 9 de septiembre de 2010

Cadeia

Sinhá Vitória manda a ele a fazer compras à cidade. Depois da chuva têm melhores condições. Aqui, aparece a figura do soldado amarelo simbolizando a autoridade do governo. Igualmente, insinua-se a idéia de que não é apenas a seca que faz de Fabiano e sua família pessoas animalizadas. Ele é preso sem qualquer motivo e começa a analisar sua situação de homem-bicho. Em sua ignorância fala errado para o soldado, não "respeita" a autoridade então o leva à cadeia e soca os seus pés.
Não tem mais coragem de sonhar com um futuro melhor. Ao fim do capítulo, temos Fabiano consciente de sua condição de homem vencido e, sem ilusões com relação à vida de seus filhos...
Ele se susteve ante injustiça com o pensamento posto em sua família.

A chuva no sertão

Mudança

A história nesse capítulo é a dos retirantes de uma família, fugindo da seca. Aparece a árvore juazeiro com toda sua importância.
Fazem parte da família Fabiano, sua esposa Vitória, dois filhos, caracterizados apenas como “menino mais novo" e "o menino mais velho" assim caracterizou a vida mesquinha e sem sentido em que viviam os retirantes. A cachorra Baleia completa a família (seis viventes, contando com o papagaio que eles comeram por não haver comida por perto) talvez ela seja mais importante que os meninos, já que podia procurar comida...
Nesse capítulo se descreve a terra árida e o sofrimento da família. As personagens não se comunicam; apenas duas vezes o pai, irritado com o menino mais velho, xinga-o.
Essa falta de diálogos permanecerá no livro, eles não têm consciência de sua situação, embora, Fabiano e Vitória sonharam com uma vida melhor, mais era a mesma vida com comida e roupas. Sinhá Vitória desejava uma cama... O céu disse que choverá...

Vidas Secas. Graciliano RAMOS (1938)

Graciliano dedica um capítulo do livro para cada membro da família de retirantes, mas fica claro o coletivo, a família. O pai, a mãe e a cachorra têm nome... os meninos não têm o que dá um sentimento de exclusão... Fabiano, sinhá Vitória e Baleira, o filho mais novo e o mais velho...
Na ordem das personagens não há diferença entre o moleque, a cachorra e os meninos...
Não há uma tentativa de dar-lhes voz aos retirantes em fuga sem rumo certo, a probabilidade de uma mudança em suas vidas era pequena e não alterava significativamente estas vidas secas.
Treze painéis isolados compõem o livro, mas é um conjunto. Alterada a disposição dos textos, permanece a estrutura circular.
O livro se inicia com a caminhada da família, o cansaço, a sede e a fome são muito grandes, encontram se em sérias dificuldades, o filho mais novo não consegue mais andar, Fabiano pensa que o melhor seria que o filho morresse, mas tem sentimento e o fica no colo...
Os personagens estão brutos, mais não são brutos, não. Estão sem condições mínimas de sobrevivência, assim Graciliano denuncia a situação social trágica de regiões atingidas pela escassez de água, pela miséria e fome. Isso não os torna maus... Graciliano pôs seus pensamentos políticos sobre a história.
A linguagem de Fabiano é impotente, primitivo e, seu imaginário se dá em retalhos de sonhos e em desejos de um tempo melhor, tempo do fim das secas. Essas pessoas têm noção de esperança, limitada como suas vidas. O único desejo que sinhá Vitória tinha era o de ter uma cama, um luxo tanto para ela quanto para o marido. Para Fabiano, o sonho era uma vida igual, mas trabalhando de vaqueiro (sem seca), com comida e roupa para mulher e filhos.
Não há consciência neles de que a vida pode ser diferente, seu avô, seu pai, ele... e deixarão o mesmo legado para os filhos. Cada um carrega a linhagem da família...