lunes, 27 de diciembre de 2010

Feliz Ano Novo. Conto

É o conto que dá o nome ao livro. Nele, Rubem Fonseca expõe cruamente o contraste entre a classe marginalizada, pobre, e a burguesia indiferente ao que acontece na periferia.
Por sua fala, seu lugar que cheira mal, que têm drogas, armas e objetos roubados, a narrativa está ambientada no estrato social de excluídos, estrato ao que pertencem os três protagonistas dessa história que são negros, feios e desdentados. O narrador, que é um deles.
Os personagens assistem por Tv aos preparativos para a chegada do Ano Novo e a propagandas das roupas para se comprarem. Isso fez imaginarem como seria uma festa dos ricos e incitou-los à violência...
Decidiram invadir uma casa dos ricos que estariam dando uma festa, eles poderiam roubar respondendo à agressão que sentiram na TV.
Os marginais invadiram uma mansão por acaso, em meio da festa de réveillon.
A única descrição importante da casa é do banheiro do quarto da proprietária que possuía uma grande banheira de mármore, a parede forrada de espelhos e tudo cheirando a perfume.
Essa descrição dá para marcar a diferença com as casas dos marginais onde o banheiro cheirava tão mal às vezes preferiam usar a escada do prédio.
Rubem Fonseca mostra o pensamento de seus leitores de classe média: Os marginais, como não podem ter o que nós temos, destroem o que é nosso. Essa é a tônica do conto.

Não tem tentativa de diálogo entre esses dois espaços tão distantes, estão ressaltadas a inveja e a violência dos que nada têm. Além disso, Rubem Fonseca mostra também que a violência perpassa todos os estratos sociais, pareceria ser que é uma condição da vida cotidiana nos grandes centros urbanos.

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